A importância da APR

A APR (Análise Preliminar de Riscos) consiste no estudo inicial de uma determinada atividade, com a finalidade de identificar previamente os riscos presentes na mesma e avaliar as medidas de controle e/ou mitigação a serem adotadas em sua fase de execução. Essa análise é um dos trabalhos mais importante na prevenção de acidentes. Ele deve ser elaborado por um profissional de segurança qualificado e que entendam os riscos de determinado serviço.
A importância da APR

Prezados, 

Tenho costume de acompanhar outros Blogs e sites de segurança e saúde do trabalho e observo que a maioria deles tende a tratar mais dá técnica e legislação do que a experiência e a prática. Demonstra se o que é e até para que serve mais a grande maioria não relacionam este conhecimento com sua experiência profissional. Muitas das vezes nos deparamos com situações que não sabemos o que fazer ou como lidar e seria muito bom se tivéssemos um lugar onde pudéssemos ouvir histórias e “causos” onde a segurança do trabalho deu resultado ou infelizmente onde sua negligência ocasionou perdas a empresa e o trabalhador.

O que vocês acham? 

Mais para que isso funcione, preciso que vocês, participem ativamente! Hoje vou contar três situações que acompanhei que uma ferramenta muito conhecida, porém muitas vezes negligenciada, certamente evitaria o fato indesejável ou minimizaria as consequências.

Gostaria de ressaltar que não vamos entrar nos aspectos técnicos tampouco na análise e investigação do acidente. O fato é em todos os casos abaixo o desconhecimento do perigo e riscos inerentes ao processo culminaram em acidentes.

  • PRIMEIRO CASO:

Ocorreu há 07 anos atrás em uma obra de saneamento e infraestrutura na zona oeste do Rio de Janeiro. A tubulação de esgoto era colocada através do método não destrutivo (Sheild). Neste processo era realizada uma escavação com profundidade e diâmetro suficientes para entrada do equipamento. Para garantir a estabilidade das paredes da escavação era realizado jateamento de concreto nas paredes do “buraco”.  Este processo era feito repetidamente cada vez que a equipamento precisava ser deslocado de posição.

A obra tinha mais de um ano e este procedimento já tinha sido repetido diversas vezes. Até que um dia três trabalhadores tiveram suas pernas queimadas.

É meus amigos, isso mesmo! Eu disse queimadura.

O produto misturado ao concreto para agilizar sua “secagem” ocasionou QUEIMADURA QUÍMICA nos trabalhadores. Vale salientar que o cimento molhado em contato com a pele desprotegida também pode causar queimadura química caracterizada por escamação, coceira, lesões dolorosas e fissuras na pele. 

  • SEGUNDO CASO:

Este caso aconteceu há aproximadamente 08 anos atrás em uma empresa de logística que realizava o transporte de máquinas e equipamentos para todo o Brasil.  Nesta ocasião o Motorista e Ajudante vinham de uma viagem do interior do Estado do Rio de Janeiro carregando uma Pá Mecânica.

O Ajudante cansado, resolveu descansar no espaço atrás dos bancos, enquanto o Motorista tocava a viagem. Dado momento da viagem um problema pista necessitou uma freada brusca do caminhão que veio a colidir com outro. 

Com o impacto um dos pranchões que estava fixado na parte traseira da Carreta deslocou e atingiu a cabine, esmagando o trabalhador contra o banco. Óbito imediato. 

O Motorista sofreu apenas escoriações leves.

  • TERCEIRO CASO:

Este caso na verdade ocorreu em duas ocasiões e em obras diferentes há pelo menos 08 anos. O operador de uma Pá Mecânica observou o aquecimento do incomum da Máquina e resolveu verificar o nível de água no radiador.  No momento em que a tampa do radiador foi aberta a água quente se projetou para fora atingindo o trabalhador em ambos os casos, ocasionando queimaduras de primeiros e segundo graus. 

  • QUARTO CASO:

Este caso ocorreu em uma garagem há 06 anos de ônibus em Jacarepaguá no RJ. O lanterneiro precisando acessar a parte superior do coletivo, improvisou um pranchão sobre dois tonéis usados para colocar lixo. Além do risco de queda, o trabalhador iria utilizar um esmeril na plataforma e não imaginou que as fagulhas geradas por este equipamento poderiam cair dentro dos tonéis que tinham restos de estopa sujas de óleo, graxas, solvente entre outros materiais inflamáveis.  Resultado uma explosão que resultou em escoriações e queimaduras de primeiro e segundo graus.

Bem amigos poderia contar dezenas, senão centenas de casos como estes que acontecem diariamente. Situações corriqueiras e cotidianas que tanto trabalhadores quanto os próprios profissionais de segurança desconhecem os perigos e riscos envolvidos em todos os aspectos da atividade.

ESTOU ERRADO?

Pois é meus amigos precisamos varrer ao máximo os processos, as possibilidades de falhas e sempre trabalhar com sistemas redundantes. Ou seja, com o perdão das palavras a prova de “ignorantes”. E quanto falo de ignorantes não trato de maneira pejorativa e sim do fato de simplesmente não conhecerem os perigos e riscos do ambiente de trabalho.

PARA ISSO GOSTARIA DE SALIENTAR A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCO (APR). 

É fundamental para o profissional de segurança e saúde do trabalho conhecer muito bem os processos e as atividades. Conhecer cada detalhe. Ferramenta, máquina ou equipamento utilizados, matéria prima, fluxograma de produção, as condições ambientais, a infraestrutura e demais elementos que sejam parte integrante de todo o processo produtivo.

A APR deve ser elaborada com calma e com o maior número de profissionais que conhecem a atividade executada. A troca de experiência e interação é importante para identificação de pormenores que possam passar despercebidos.

O objetivo deste documento não é fazer papel, burocratizar a prevenção. E sim levantar e estudar as possibilidades e caminhos para garantir o sucesso das medidas de controle.

É fato que apenas as NRs 12, 20, 33, 34, 35 tem a APR como obrigatoriedade. Entretanto sugiro que todos os profissionais tenham como hábito em fazer um APR, até das atividades de escritório, pois só a prática e dedicação levam a excelência.

Um profissional que sabe fazer uma boa APR consegue evitar muitos “PEPINOS” do dia a dia, pois tem mapeado os possíveis problemas e suas possíveis soluções.

  • E você sabe fazer uma excelente APR? 
  • Sabe a melhor forma de estruturar e desenvolver as etapas de uma Análise de Risco?
  • Sabe a diferença entre Perigo e Risco?
  • Conhece as maneiras de definir probabilidade e dano de ocorrências possíveis?
  • Tem dificuldade em definir medidas mitigadoras para atividades do dia a dia?
  • Sabe como entrevistar corretamente um trabalhador a fim de conseguir as informações necessárias a um levantamento de risco eficaz?
  • Tem interesse em saber mais sobre como fazer uma excelente Análise Preliminar de Risco?
  • Tem interesse em um modelo pronto utilizado em grandes empresas e referências em sistema de segurança e saúde?

Pois é meus amigos muitas perguntas nos deixam com a pulga atrás da orelha, mais estas respostas não são tão complexas. Precisamos apenas de orientação, conhecimento e prática e para isso que estamos aqui!

Deixem suas dúvidas e comentários e vamos juntos evitar outras ocorrências como estas.

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