O que é um Higienista Ocupacional?
O Higienista Ocupacional é responsável por antecipar, reconhecer, avaliar e controlar os agentes ou processos que podem colocar em risco a saúde e bem estar do trabalhador, no exercício de suas funções. É dado como objetivo da higiene ocupacional tomar todas as medidas de prevenção para que o funcionário não sofra problemas relacionados a doenças ocupacionais.
No Brasil não existe nenhuma lei que determine a profissão de Higienista Ocupacional. A ABHO há alguns anos fez um trabalho muito interessante que foi de incluir a profissão de Higienista Ocupacional no Código Brasileiro de Ocupações (CBO). A ABHO juntamente com o antigo Ministério do Trabalho conseguiu regulamentar no CBO a profissão de Higienista Ocupacional.
Quais são os requisitos para ser um Higienista Ocupacional?
É um profissional que deve ter um conhecimento na área de gerenciamento de riscos relacionados à saúde e bem estar do trabalhador. O seu principal papel é saber gerenciar as exposições a agentes físicos, químicos e biológicos para que os trabalhadores possam estar seguramente trabalhando, mesmo que expostos, e não venham desenvolver nenhuma doença ocupacional durante a sua carreira e também não tenham mal estar durante o exercício de suas funções.
De forma generalista, um profissional de higiene ocupacional não precisa ter uma formação específica, mas é necessário que ele tenha conhecimentos práticos em física, matemática, toxicologia e química para que ele consiga fazer com excelência o gerenciamento das exposições para a prevenção de doenças ocupacionais e males que possam causar aos trabalhadores durante sua jornada laboral. Atualmente, qualquer profissional pode ser um Higienista Ocupacional, mas basicamente para aplicar a ciência e a arte da Higiene Ocupacional é necessário ter um conhecimento na área de exatas e biológicas.
Qual o papel do higienista ocupacional?
O grande papel do higienista é agregar valor para as partes interessadas, seja ela a empresa, o trabalhador ou a sociedade. O profissional deve sempre levar em consideração as partes envolvidas e fazer um bom trabalho para que a empresa não tenha prejuízos caso um trabalhador venha se acidentar ou ter uma doença ocupacional; mas ele também deve tomar decisões sobre qual é a melhor solução com o melhor custo/benefício, proteger o trabalhador e consequentemente a sociedade.
Existe uma estigma que muitas vezes o higienista ou o profissional de segurança do trabalho é visto como um vilão, esse pré conceito é justificado primeiramente pela atuação dos profissionais. Enquanto nós, como profissionais, não assumirmos que a função é nossa, isso nunca vai mudar. O profissional de Segurança do Trabalho e Higiene Ocupacional ficou conhecido como um “chato”, que muitas vezes não tem uma boa formação, e que está na empresa calculando apenas indicadores de acidentes de trabalho, só trazendo notícias ruins. E a falta de profissionais capacitados tem contribuído para essa situação.
Quais são as obrigações de um engenheiro e de um técnico?
O que uma empresa esperaria desse profissional?
Primeira coisa, se uma empresa soubesse o que ela precisaria em termos de segurança do trabalho ela não precisaria de um engenheiro e de um técnico. O que a empresa realmente precisa?
O principal é comunicar entre as áreas, como um setor que realmente fará diferença. Conversar com o setor de compras, com o setor de medicina, com o setor de planejamento estratégico da empresa, o profissional precisa participar disso pois isso irá impactar diretamente em todas as ações e tomadas de decisões.
E não é só ficar atrás da mesa, o profissional deve sujar a butina, conhecer todos os processos da empresa, as funções e produtos utilizados, e estudar, estudar muito, pois não há fórmula mágica.
Atribuições de um Higienista Ocupacional
São quatro etapas para o cumprimento dos objetivos de uma Higiene Ocupacional assertiva nas empresas:
- Antecipação;
- Reconhecimento;
- Avaliação;
- Controle.
ANTECIPAÇÃO
Se você é um higienista corporativo ou que está dentro da indústria, seu papel principal é não deixar a empresa perder dinheiro. Se ela vai iniciar um novo projeto ou fazer a compra de maquinário, você deve mostrar o seu valor e o porquê que você tem que participar dessa decisão.
Na compra de uma máquina nova por exemplo, uma forma de antecipar riscos é saber qual o nível de ruído que essa máquina irá entrar em operação, e o que ela vai gerar no ambiente. Assim você pode se planejar e verificar se é uma boa opção.
E tenha interação com as demais áreas da empresa para tentar achar um problema antes que ele ocorra, fazendo isso a chance de ter problemas futuros será muito menor.
RECONHECIMENTO
É conhecer aquilo que em tese você já deveria ter conhecido. Se você não antecipou bem e não sabia o que estava ali presente, agora é o momento de ir a campo e saber quais são os riscos envolvidos. É estudar os processos, as pessoas, o ambiente, e ver quais são os riscos que estão presentes e reconhecê-los.
O risco tem magnitude, quão grave e tão alto é esse risco frente às exposições? É a etapa mensurar o risco para a tomada de decisões.
AVALIAÇÃO
Avaliar é coletar amostras, tomar decisões e julgar exposições.
E não é necessário realizar 1 milhão de coleta de amostras em um mês, com um bom processo de reconhecimento de riscos, uma boa caracterização desses riscos e usar uma matriz de graduação, você consegue programar coletas e atuar nos pontos mais críticos. Aqueles que não oferecem um risco tão alto você consegue fazer eles depois, assim fica mais fácil de administrar o orçamento.
A avaliação qualitativa está na etapa de avaliação ou reconhecimento?
Ela está na etapa de reconhecimento de riscos, apesar do nome avaliação qualitativa, ela está uma etapa antes. A avaliação qualitativa entra no seu reconhecimento de riscos para te ajudar na tomada de decisão da magnitude daquele risco.
Existem alguns riscos que não carecem de avaliação quantitativa, por exemplo, se você entra em campo e percebe que “a situação está feia”, você vai medir? Não, você já sabe que está acima, então não tem porque gastar dinheiro com medição. Você precisa dimensionar o problema e corrigi-lo, depois de fazer as correções é que você faz as medições para saber se está tudo certo ou não. É para isso que ela serve e ela vem antes da avaliação de campo.
CONTROLE
Se você tem alguma situação de exposição que pode gerar algum risco para os trabalhadores, é necessário fazer o controle dessa exposição. Que é garantir de certa forma que essa exposição não vá causar alguma doença ocupacional ou algum dano à saúde desses trabalhadores a curto ou longo prazo.
Trata-se de uma implementação de controles e da hierarquia, sempre começando com o uso de EPC, posteriormente com medidas administrativas, rotação de turno e rotação de funções, são alguns exemplos de controle.
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Fonte: Analytics Brasil