Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Tudo bom com você prevencionista?
Muito se fala sobre proatividade, as pessoas buscam muito transparecer serem proativas.
Você sabe de fato o que é a proatividade?
Tem uma definição que gosto muito, que aprendi no livro “os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes” de Stephen Covey.
Onde ele define a proatividade como dois círculos, o da influência e da preocupação.
Stephen afirma que as pessoas proativas são aquelas que concentram suas energias no círculo da influência, nas coisas que elas conseguem influenciar com suas ações.
Enquanto as pessoas reativas focam suas energias no círculo da preocupação, que são as coisas que não podem ser influenciadas pelas suas ações.
O interessante é que a proatividade pode ser um termo recente e até parecer novidade. Mas a ideia por trás é bem antiga, muito antes mesmo do nascimento de Cristo.
Eu estou falando da filosofia estoica ou estoicismo.
Neste artigo quero te mostrar alguns princípios desta filosofia e como podemos usa-la para ver as questões de segurança e saúde no trabalho com outra perspectiva.
Boa leitura!
Uma breve citação de quem desenvolveu a filosofia estoica
– Zenão de Cítio, nasceu 333 anos antes de Cristo, foi quem fundou o estoicismo;
– Epiteto, filosofo estoico que viveu como um escravo na Roma antiga, foi um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento da filosofia estoica.
– Marco Aurélio, filosofo e imperador romano, considerou Epiteto como seu mestre, contribuiu muito para o desenvolvimento da filosofia estoica com seu caderno de reflexões que anos depois se tornou o livro “Meditações de Marco Aurélio”.
– Sêneca, filosofo estoico e conselheiro do imperador Nero de Roma, viveu na prática os princípios estoicos e foi um dos homens mais ricos da Roma na sua época.
Vamos refletir algumas questões estoicas juntos?
“O que seria de Hércules, você acha, se não houvesse leão, hidra, veado ou javali, e nenhum criminoso selvagem para livrar o mundo? O que ele teria feito na ausência de tais desafios? Obviamente, ele teria apenas rolado na cama e voltado a dormir. Então, roncando sua vida com luxo e conforto, ele nunca teria se desenvolvido no poderoso Hércules” (Epiteto).
O que Epiteto está nos convidando a pensar é nos desafios do nosso cotidiano, as experiências e problemas que passamos nos fortalecem, de modo que o que somos hoje é produto de tudo o que aconteceu no nosso passado.
Isso é tão verdadeiro… Se você observar um problema no passado, talvez hoje pareça algo pequeno, mas na época foi assustador, não é?
Agora reflita, se não fosse aqueles trabalhadores ignorantes na prevenção, os empregadores que não investem na segurança do trabalho.
Será que você seria o profissional que você é hoje?
Será que você seria útil para empresa?
O mundo precisaria de um profissional prevencionista?
…
“Não é que tenhamos um curto espaço de tempo, mas que desperdiçamos muito dele. A vida é longa o suficiente, e foi dada em medida suficientemente generosa para permitir a realização das maiores coisas, se a totalidade dela estiver bem investida. Mas quando é desperdiçada em luxo e descuido, quando é dedicada a um fim inútil, forçada, finalmente, pela necessidade final, percebemos que já passou antes que estivéssemos conscientes de que estava passando” (Sêneca).
É muito interessante esse trecho, pois temos um grande paradoxo, a vida é longa e suficiente para conseguirmos alcançar grandes feitos, porém é curta e pode passar sem que percebamos caso, seja focado as energias em futilidades.
Você prevencionista, como está usando seu precioso tempo?
Você tem convicção que cada ação, cada DDS, cada checklist que você executa, está prevenindo realmente acidentes e doenças?
Ou você está apenas cumprindo horas por um salário no fim do mês?
…
“Existem mais coisas, Lucílio, Susceptíveis de nos assustar do que existem de nos derrotar, sofremos mais na imaginação do que na realidade. Assim, algumas coisas nos atormentam mais do que deveriam, algumas nos atormentam antes do que deveriam e algumas nos atormentam quando não deveriam nos atormentar” (Sêneca).
Essa é muito boa, sofrer por antecedência, quem nunca?
O problema é quem fica preso nessa prática, especialmente na área prevencionista, pois é necessário tentar abordagens novas e muitos “não” serão ouvidos até chegar a um “sim”.
Uma vez abordei um colega TST que não tinha ministrado o treinamento de NR 35 para os funcionários da obra, quando indaguei o porquê, ele me disse que não fez porque “o encarregado não deixa”.
Voltei a pergunta dizendo se ele já tinha tentando solicitar com o engenheiro responsável a liberação dos funcionários para o treinamento.
Ele me devolveu que “Ah! Ele não vai deixar, já até sei!…”
Percebe como esse meu amigo TST estava sofrendo com o “não” antes mesmo de tentar?
Como Sêneca disse, “e algumas nos atormentam quando não deveriam nos atormentar”.
…
“O maior impedimento para viver é a expectativa, a qual tende para o amanhã e faz perder o momento presente” (Sêneca).
Quantos estão hoje (17/03) esperando o PGR/GRO entrar em vigor para começar a se preocupar com gestão, métricas, fazer um curso ou até se dar o trabalho de ler a norma?
O amanhã é incerto, e talvez amanhã seja tarde demais, faça o que tem que ser feito hoje, comece!
Conclusão
Os Estoicos acreditavam em logos, que era uma definição de Deus para eles, eles eram deterministas e acreditavam muito em predestinação.
Chame como quiser, uma coisa é fato, há coisas das quais não temos controle, como a economia, as fiscalizações do governo, o comportamento dos trabalhadores, a preocupação do empregador em investir em SST…
Porém podemos controlar nossas ações, podemos controlar nossos pensamentos e a forma como vamos lidar com os desafios externos.
Praticar o estoicismo é buscar pela virtude, sabedoria, coragem e disciplina.
Não sendo alienado pelos vícios, e sempre priorizando a ação.
Espero que a partir dessas reflexões você tenha uma visão muito mais clara do que é ser realmente proativo.
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Até semana que vem!
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Aqui é a Aline Xavier, gostei muito do seu artigo tem muito
conteúdo de valor, parabéns nota 10.
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